Modalidade de Expressão Artística: Artes Corporais
Proponente: Letícia Zanellato Michelani (RA: 182092) Curso: 23
Co-autor: Não há
Assistente: Não há
Equipe Participante: Letícia Zanellato Michelani RA: 182092 (pesquisadora intérprete e proponente) Iara Medeiros Valente Alberte RA: 198943 (pesquisadora intérprete) Rúbia Amaral Galera 205620 (pesquisadora intérprete)
Sinopse:
Partindo do desejo de trabalhar a temática da resistência da natureza nos espaços urbanos, Corpos que Brotam do Impossível Chão é um projeto que contará com ações artísticas e a construção de diálogos a partir de vivência nas Aldeias Mbya Guarani do Pico do Jaraguá, em São Paulo. Utilizando procedimentos criativos do Método Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI), o grupo pretende ecoar e transparecer em seus corpos as paisagens internas que reverberam dos aprendizados e trocas com as pessoas da cultura Guarani. Essa pesquisa buscará trabalhar questões de resistência, pertencimento, ancestralidade, identidade, formas e fluxos de se viver no espaço e de se relacionar com a terra. Almeja-se refletir sobre os campos artísticos, políticos, sociais e ambientais que vêm junto da temática trabalhada.
O projeto contará com lives de conversa, oficina online, um website vinculado à pesquisa e apresentação de um trabalho de Videodança final.
Introdução:
No contexto das aldeias Guarani do Pico do Jaraguá, verifica-se um território de extrema resistência em termos de afirmação cultural e de demarcação territorial, que, decorrente dos interesses políticos e de especulação imobiliária, vem sofrendo uma devastação ambiental e uma violação cultural. Em vista disso, batalham pela construção do Parque Ecológico Yary Ty e o Memorial da Cultura Guarani. No momento, a pandemia mostra-se como um grande obstáculo para a condição social desse povo, agravando sua vulnerabilidade social e sua dificuldade em acessar recursos de proteção e serviços de saúde, demandas atribuídas a recursos públicos e apoio governamental. Vêm sendo mobilizadas ações para convocar o envolvimento de pessoas externas às comunidades, com divulgações de suas causas, ou ações diretas de contribuição. O projeto pretende, em diálogo com a comunidade, somar e mobilizar forças a esta luta.
Partindo da recente conquista no âmbito de políticas étnico-raciais do vestibular indígena na Unicamp, evidencia-se a importância de aprender com os povos indígenas saberes que geralmente não são considerados na academia. De que forma incluir, dentro do estudo formal de Dança, a produção de saberes corporais diversa do contexto cultural brasileiro?
O projeto propõe colocar estes conteúdos em movimento e poder de alguma forma democratizar estes saberes corporais, artísticos, sensíveis e políticos para dentro e fora da universidade, podendo aprofundar esses estudos e dá-los visibilidade. Pretende-se construir, conjuntamente às atividades, consciência para com a preservação da natureza, a importância do olhar para as culturas populares brasileiras, assim como a valorização da pesquisa em dança.